As mudanças e o laboratório

Carta do Presidente/Letter from the President

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Heráclito de Éfeso, pensador grego, disse em 540 AC que “nada é permanente, exceto a mudança”. Não existe nenhuma novidade no fato de mudar; no entanto, o que caracteriza os dias de hoje é a grande velocidade com que as mudanças ocorrem.

É fundamental ser participativo tentando sempre contribuir na construção das mudanças enquanto elas estão acontecendo. Afinal, depois que essas mudanças são feitas o mercado não costuma mais perguntar nossa opinião sobre elas. Assim, criticar as novas tecnologias, os novos processos, as novas estratégias, etc., é o mesmo que perder tempo. O importante é buscar o melhor espaço para nos integrarmos às inovações.

A área laboratorial está convivendo, como nunca, com uma imensa quantidade de novas metodologias, equipamentos, conhecimentos, conceitos de qualidade e exigências regulatórias, o que a obriga a se manter em contínua transformação. O laboratório de hoje não é igual ao de ontem e o laboratório de amanhã não será igual ao de hoje. Por isso, apesar do diploma universitário se tratar de uma habilitação legal que não necessita ser renovado, os conhecimentos adquiridos à época da diplomação precisam ser constantemente atualizados.

Charles Darwin dizia: “Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente. É aquele que melhor se adapta a mudanças”. Da mesma forma, podemos inferir que a atualização de uma instituição depende de sua capacidade de se transformar continuamente, absorvendo e incorporando inovações. E, para tanto, precisa contar com um quadro de pessoas comprometidas com as mudanças.
O mercado não tem mais espaço para empresas defasadas em relação ao novo e amarradas ao “sempre fiz assim e deu certo”. Muito se diz que as pessoas resistem às mudanças, o que é uma verdade – afinal, fazer sempre igual dá mais segurança e tranquilidade. No entanto, quando estas pessoas percebem que fazer diferente é o melhor para elas e para a instituição na qual trabalham, se tornam grandes aliadas das mudanças. Inovações não indicam que o que se faz está errado, mas que é possível fazer melhor.

“Ninguém sabe tudo”, assim como “ninguém sabe nada”: todos sabem alguma coisa. O grande desafio de um bom gestor é identificar o que cada um sabe de melhor, treinar os colaboradores e, por fim, colocar as pessoas certas nos lugares certos.

As melhores equipes não são as formadas por pessoas iguais, mas as compostas por pessoas diferentes que possuem objetivos iguais. Com o campeonato do mercado em realização, precisamos formar nossas melhores equipes.

Dr. Luiz Fernando Barcelos
Presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC)