Frequências fenotípicas dos grupos sanguíneos Kell, Duffy e Kidd em doadores de sangue do Hemonúcleo de Apucarana, sul do Brasil

Phenotypic frequencies of the Kell, Duffy and Kidd blood groups in blood donors from Apucarana Blood Center, southern Brazil

 

Aparecida do Carmo Machado1
Ana Maria Sell2
Luciana Conci Macedo3
Pâmela Guimarães Reis4
Jeane Eliete Laguila Visentainer5

 

 

  1. Especialista em Hemoterapia pela Universidade Estadual de Maringá, Hemonúcleo de Apucarana – Hemepar. Maringá-PR, Brasil.
  2. Doutorado em Biologia e Patologia Buco-Dental – Unicamp/Universidade Estadual de Maringá. Maringá-PR, Brasil.
  3. Pós-doutoranda do curso de Pós-graduação em Biociências e Fisiopatologia – Universidade Estadual de Maringá. Maringá-PR, Brasil.
  4. Doutorado em Biociências e Fisiopatologia – Universidade Estadual de Maringá. Maringá-PR, Brasil.
  5. Doutorado e Pós-Doutorado – Unicamp e Laval University/Universidade Estadual de Maringá. Maringá-PR, Brasil.

Instituição: Hemonúcleo de Apucarana – Hemepar, Apucarana, PR, Brasil. Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, Brasil.

Recebido em 27/07/2017
Artigo aprovado em 12/04/2018
DOI: 10.21877/2448-3877.201800605

 

Resumo

Objetivo: O objetivo desse estudo foi determinar as frequências fenotípicas dos grupos sanguíneos Kell, Duffy e Kidd em uma população paranaense. Métodos: Foram avaliadas as frequências desses grupos sanguíneos em 1.759 doadores de sangue fenotipados no Hemonúcleo de Apucarana, sul do Brasil. A fenotipagem foi realizada pela aglutinação em gel-teste e os dados foram obtidos pelo sistema Report Smith-Access, da rede Hemepar. Resultados: Essa população apresentou uma distribuição das frequências fenotípicas de Kell, Kidd e Duffy compatível com populações caucasianas. Para averiguar esse fato, nós comparamos nossos dados com aqueles de uma população da mesma região do Paraná, composta principalmente por caucasianos. O fenótipo Fy(a+b-) foi mais frequente na população de Apucarana do que na população de Maringá (22,68 vs. 12,50%, P<0,001), enquanto que o fenótipo Fy (a+b+) foi menos frequente (37,24 vs. 48,0%, P<0,001). Conclusão: As frequências fenotípicas de três grupos sanguíneos foram determinadas e poderão ser utilizadas pelos Serviços de Hematologia e Hemoterapia na busca de unidades de concentrados de hemácias com fenótipos desejados e no cálculo da incidência de doadores compatíveis, em casos de receptores com múltiplos aloanticorpos, além de poderem ser utilizadas para comparações antropológicas e em estudos de associação com doenças.

Palavras-chave

Antígenos de grupos sanguíneos; Imunofenotipagem; Doadores de sangue

  

INTRODUÇÃO

Antígenos eritrocitários são estruturas proteicas, glicolipídicas ou glicoproteicas, presentes na superfície externa das hemácias que desempenham funções fisiológicas, como transporte de substâncias ou quimiorre­cep­tores.(1,2) Já foram descobertos 344 antígenos eritrocitários, dos quais 315 estão contidos em 36 sistemas, segundo a classificação da Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (ISBT).(3)

Essas estruturas são dotadas de imunogenicidade, ou seja, são capazes de induzir a produção de anticorpos sempre que o sistema imune do indivíduo reconhece essas estruturas como estranhas. Isso pode acontecer em situações em que o organismo não possua esses antígenos e seja exposto a eles, como em transfusões sanguíneas, transplantes de órgãos ou tecidos e gestações, sendo o anticorpo gerado chamado de aloanticorpo. Também pode ocorrer no caso de doenças autoimunes, nas quais o organismo, erroneamente, reconhece estruturas próprias como estranhas e, nesses casos, será chamado de autoanticorpo.(1) Esses antígenos são de grande interesse na medicina transfusional devido ao risco de induzir a produção de aloanticorpos eritrocitários envolvidos nas incompatibilidades sanguíneas, os quais podem provocar graves reações hemolíticas imediatas e tardias, além de estarem envolvidos na Doença Hemolítica Feto e Recém-Nascido (DHFRN).(4,5) Na prática transfusional atual, devido a esses riscos, tem-se recomendado a transfusão de hemácias fenotipicamente compatíveis com os antígenos eritrocitários do paciente. Isso é particularmente importante no caso de pacientes politrans­fundidos (neoplasias, doenças hematológicas e insuficiência renal crônica), quando o risco de aloimunização aumenta a cada transfusão recebida.(4,6,7)

No caso de pacientes aloimunizados, segundo a Portaria nº 158, de 04 de fevereiro de 2016,(8) recomenda-se a identificação desses anticorpos irregulares e a fenotipagem do sangue a ser transfundido, o qual deve ser isento dos antígenos correspondentes. Os grupos sanguíneos Kell, Duffy e Kidd são altamente imunogênicos, só perdendo em importância na clínica transfusional para os grupos ABO e Rh.(4,9) O conhecimento da frequência e distribuição desses antígenos na população brasileira auxilia na seleção de concentrados de hemácias compatíveis, particularmente, no caso de fenótipos raros.(4,10)

Atualmente, principalmente nos Serviços de Hema­tologia e Hemoterapia da rede pública brasileira, um grande número de doadores está sendo fenotipado para os grupos sanguíneos de maior importância transfusional, mas infelizmente esses dados são pouco divulgados na literatura.

Além da importância destes grupos sanguíneos em Hemoterapia, destacam-se os recentes estudos que corre­lacionam certas doenças, como por exemplo, a malária, câncer e periodontites, com a presença ou ausência destes antí­genos e a utilização em comparações antropológicas.(2,11-13)

MATERIAL E MÉTODOS

Foram analisados 1.759 doadores de sangue do Hemonúcleo de Apucarana, cidade norte-paranaense, unidade da Hemorrede Hemepar, cuja população é, predominantemente, caucasiana. Os doadores estudados foram classificados quanto à sua etnia baseados apenas em caracteres físicos, não sendo conhecida a origem de seus ascendentes. A grande maioria, cerca de 80%, foi classificada como caucasiana, 5% como negros e 3% como asiáticos, sendo que 12% não tiveram sua raça informada. Esses doadores foram considerados aptos, após triagem clínica e laboratorial, de acordo com os critérios estabelecidos pela legislação atual.(8,14)

A imunofenotipagem eritro­citária de rotina, no Hemo­núcleo de Apucarana, é realizada para os antígenos dos grupos sanguíneos ABO, Rh (D, C, c, E, e), Kell (K, k, Kpa, Kpb), Duffy (Fya, Fyb), Kidd (Jka, Jkb), Lewis (Lea, Leb), Lutheran (Lua, Lub) e MNS, mas neste trabalho foram analisados somente os antígenos dos grupos Kell, Duffy e Kidd.

As amostras de sangue desses doadores foram imunofenotipadas, no período de 2005 a 2015, pela meto­dologia de aglutinação em coluna gel-teste (Diamed Ag®, Morat, Switzerland).

Os resultados dos exames foram armazenados em um banco de dados, pelo software Report Smith-Access, desenvolvido pelos técnicos da Secretaria de Saúde do Paraná (SESA), para a Hemorrede Hemepar. As frequências antigê­nicas e fenotípicas foram obtidas por contagem direta em planilhas do Excel (Microsoft® Office Excel 2003). O programa estatístico SNPStats foi usado para verificar se as frequências dos fenótipos estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg (HW).(15)

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana da Universidade Estadual de Maringá (UEM – Parecer nº 925.467, 14/12/14) e pelo Comitê de Ética do Hospital do Trabalhador/SES/Pr.

RESULTADOS

As frequências dos antígenos dos grupos sanguíneos Kell, Duffy e Kidd encontrados em doadores de sangue do Hemonúcleo de Apucarana se encontram na Tabela 1. As frequências fenotípicas desses antígenos e sua comparação com aquelas da região de Maringá se encontram na Tabela 2.

A distribuição dos fenótipos estava em equilíbrio de HW nessa população de estudo, com exceção dos antígenos Duffy.

001 - Tabela - 1002 - Tabela - 2  

DISCUSSÃO

A população brasileira é uma das mais heterogêneas do mundo, resultado principalmente, da miscigenação de europeus, populações indígenas locais e escravos africanos. Por essa razão, no Brasil, a cor da pele e as características físicas (fenótipo) não podem ser consideradas como bons preditores da ancestralidade do indivíduo e, de acordo com o marcador genético utilizado, varia muito a classificação étnica do indivíduo.(12,13)

No norte do estado do Paraná (localização 22°29’30”-26°42’59″S e 48°02’24”-54°37’38″W), sul do Brasil, região da qual Apucarana faz parte, observa-se a existência de cinco grandes grupos de imigrantes europeus: portugueses, poloneses, ucranianos, alemães e italianos e, a partir do século IXX, outro grupo étnico imigrou para a região, os japoneses; além de grande migração da população de outros estados, principalmente, São Paulo e Minas Gerais, os quais com sua variada carga genética ajudaram a compor esse mosaico racial.(13) Assim, devido a essa grande miscigenação característica de nosso país, houve a necessidade de identificarmos a distribuição desses antígenos de grupos sanguíneos nessa região.

Comparando-se a distribuição das frequências dos antígenos e fenótipos dos grupos sanguíneos Kell, Duffy e Kidd pesquisados nos doadores de sangue do Hemonúcleo de Apucarana com aquelas observadas em caucasianos, negros e asiáticos, disponíveis na literatura, nós pudemos observar uma semelhança com o perfil dos caucasianos. Concordante com a classificação do IBGE, de que a população norte-paranaense é, predominantemente, caucasiana, mesmo considerando o fato de a grande maioria dos doadores ter sido classificada baseado em suas características físicas.(9,16,17)

Para averiguar esse fato, nós comparamos as fre­quências fenotípicas desses antígenos eritrocitários, obtidas por meio da fenotipagem eritrocitária, nesse estudo, com as frequências fenotípicas relativas descritas por Guelsin et al.(19) em uma população de etnia semelhante da região de Maringá, norte do Paraná, obtidas por meio da genotipagem. Não houve diferenças significativas entre essas distribuições para os sistemas Kell e Kidd.

Quanto ao sistema Duffy, houve diferença das fre­quências de Fy(a+b-) (22,68% vs. 12,50%) e Fy(a+b+) (37,24 vs. 48,0%) entre as populações. Esse fato pode ser explicado pela diferença de metodologias, uma vez que a feno­tipagem realizada no presente estudo não detecta a mutação GATA-1. Essa mutação ocorre no promotor eritroide durante a transcrição e resulta na ausência de expressão dos antígenos Fyb apenas no eritrócito.

O antígeno Fyb foi detectado em maior proporção na região de Maringá, pela genotipagem, porque alguns indivíduos que apresentavam a informação genética para expressar o antígeno Fyb não o faziam nas hemácias pela presença da mutação GATA-1. No entanto, sabemos que nos demais tecidos essa expressão é normal, ou seja, os indivíduos com essa mutação não desenvolvem anticorpos anti-Fyb.(1,2)

O grupo sanguíneo Duffy é o que apresenta a maior diversidade de distribuição de grupos antigênicos nas diferentes etnias. O antígeno Fya possui uma alta frequência em asiáticos e uma baixa prevalência em negros. Por sua vez, o antígeno Fyb é muito mais frequente em caucasianos do que nas duas outras etnias. O fenótipo Fy(a-b-) é considerado um dos marcadores da raça negra por ter uma alta incidência na mesma (60-80%); enquanto que, em outras raças é muito raro.(9,16,18) Em nosso estudo, apenas 3,64% dos doadores apresentaram esse fenótipo.

CONCLUSÕES

As frequências fenotípicas de três grupos sanguíneos importantes na medicina transfusional foram determinadas e podem ser utilizadas pelos Serviços de Hematologia e Hemoterapia na busca de unidades de concentrados de hemácias com fenótipos desejados e no cálculo da incidência de doadores compatíveis, em casos de receptores com múltiplos aloanticorpos; além de poderem ser utilizadas para comparações antropológicas e em estudos de associação com doenças.

Finalmente, acreditamos que os resultados possam ser úteis, para a formação de um banco de dados nacional com doadores de sangue fenotipados, o que contribuiria para o desenvolvimento de uma logística nacional de fenótipos raros e garantiria aos politransfundidos uma transfusão fenótipo-compatível, aprimorando a medicina transfusional no Brasil.

Agradecimentos

Agradecemos às instituições envolvidas pela disponibilização dos dados dos doadores voluntários de sangue e aos mesmos por fazerem parte desse trabalho.

 

Abstract

Objective: The main of this study was to determine the phenotypic frequencies of the Kell, Duffy and Kidd blood groups in a population from Parana. Methods: The frequencies of these blood groups were evaluated in 1,759 donors of blood in Apucarana-PR, southern Brazil. The phenotyping was performed by agglutination gel-test and the data were obtained by the Report Smith-Access system from Hemepar. Results: This population presented a distribution of phenotypic frequencies of Kell, Kidd and Duffy compatible with Caucasian populations. To confirm this fact, we compared our data with those of a population from the same region of Parana, composed mainly of Caucasians. The Fy(a+b-) phenotype was more frequent in the Apucarana population than in the Maringa population (22.68 vs. 12.50%, P<0.001), while the Fy(a+b+) phenotype was less frequent (37.24 vs. 48.0%, P<0.001). Conclusion: Phenotypic frequencies of three blood groups were determined and could be used by the Hematology and Hemotherapy Services to search for units of red blood cells with desired phenotypes, and to calculate the incidence of compatible donors in cases of multiple alloantibody receptors; besides being able to be used for anthropological comparisons and in studies of association with diseases.

 

Keywords

Blood Group Antigens; Immunophenotyping; Blood donors

 

REFERÊNCIAS

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Correspondência
Jeane Eliete Laguila Visentainer
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