Predisposição hereditária ao câncer de mama e sua relação com os genes BRCA1 e BRCA2: revisão da literatura

Hereditary predisposition to breast cancer and its relation to the BRCA1 and BRCA2 genes: literature review

 

Aline Silva Coelho1
Marielle Anália da Silva Santos2 
Rosecleide Inácio Caetano2
Camila Fátima Piovesan2
Larissa Aparecida Fiuza2
Ricardo Luiz Dantas Machado3
Adriana Antônia da Cruz Furini4

 

 

  1. Centro Universitário de Rio Preto (Unirp) – São José do Rio Preto-SP; Hospital do Câncer de Barretos – Barretos-SP, Brasil.
  2. Centro Universitário de Rio Preto (Unirp) – São José do Rio Preto-SP, Brasil.
  3. Universidade Federal Fluminense (UFF) – Niterói-RJ, Brasil.
  4. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). Professora / Coordenadora do Curso de Biomedicina.

Instituições: Centro Universitário de Rio Preto, Universidade Federal Fluminense e Hospital do Câncer de Barretos.

Recebido em 13/09/2017
Artigo aprovado em 12/04/2018
DOI: 10.21877/2448-3877.201800615

  

Resumo

O câncer de mama é o principal câncer que atinge a população feminina no mundo, com maior taxa de incidência e mortalidade, sendo que de 5% a 10% de todos os casos são relacionados à herança de mutações genéticas. A identificação precoce dos casos de câncer de mama e ovário é importante, pois um indivíduo afetado pode herdar propriedade de antecedentes familiares que indicam uma predisposição hereditária. O efeito cancerígeno pode ocorrer quando dois genes supressores de maior importância, como BRCA1 e BRCA2, perdem suas funções nos dois alelos decorrentes de mutações na linhagem germinativa. Desta forma, foi realizada uma revisão da literatura sobre câncer de mama hereditário e suas correlações com mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 que aumentam o risco para o desenvolvimento de câncer de mama.

Palavras-chave

Neoplasias da mama; Genes BRCA1; Genes BRCA2; Predisposição genética para doença

 

 

INTRODUÇÃO

Em países em desenvolvimento e em países desenvolvidos, o câncer de mama é o tipo no qual há maior incidência e maior taxa de mortalidade na população feminina no mundo.(1) No Brasil, para 2016, foram estimados 57.960 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 56,20 casos a cada 100 mil mulheres.(2) Grande parte desses tumores origina-se no epitélio ductal e são conhecidos como carcinoma ductal invasivo, porém, como o câncer de mama é caracterizado por ser um grupo heterogêneo de doença, existem outros subtipos de carcinomas diagnosticados, como o tubular, o lobular, o mucinoso, o micropapilar, o medular e o papilar.(2)

A doença é multifatorial e os riscos para o câncer de mama envolvem fatores internos, como a predisposição hereditária ou dependente da constituição hormonal, e externos, tais como ambientais, agentes químicos, físicos e biológicos. Outros fatores estão ligados ao estilo de vida, como consumo de álcool, excesso de peso, sedentarismo e exposição à radiação ionizante, e podem acarretar em danos ao genoma e favorecer o desenvolvimento do carcinoma.(3)

A predisposição hereditária é considerada um importante fator epidemiológico. De 5% a 10% de todos os casos são relacionados à herança de mutações genéticas.(4,5) Além disso, a história familiar de câncer de mama é um fator de risco para o surgimento da doença, onde alterações em genes, como os da família BRCA, aumentam o risco.

Os genes BRCA1 e BRCA2 são classificados como genes supressores tumorais, no qual estão relacionados aos aspectos centrais do metabolismo celular, tais como reparo de danos ao DNA, regulação da expressão gênica e controle do ciclo celular.(5,6)

O BRCA1 localiza-se no braço longo do cromossomo 17 na posição 21 (17q21) e codifica uma proteína com 1.863 aminoácidos, sendo sua principal função a reparação do DNA na recombinação homóloga, reparo por excisão de nucleotí­deos (REN) e na regulação do ciclo celular, sendo expresso quando há uma instabilidade genômica mediada por estrogênio.(3,7,8) O BRCA2 está situado no braço longo no cromossomo 13 na posição 12.3 (13q12.3) e codifica uma proteína com 3.428 aminoácidos, tendo a função através da interação com a RAD51 de reparar as quebras na dupla fita de DNA.(7,9)

O efeito cancerígeno em células germinativas pode aparecer quando os dois genes supressores, BRCA1 e BRCA2 perderem sua função nos dois alelos (Hipótese de Knudson), com mutação na linhagem germinativa (herdada), seguida por outro evento que silencie o gene (mutação somática). Por outro lado, nos casos esporádicos são necessárias duas mutações a nível somático (mutações adquiridas) no qual resulta também na inativação gênica. Desta forma, quando estes genes perdem sua função eles não param o ciclo celular e não estimulam o sistema de reparo e a apoptose, provocando o efeito carcino­gênico.(3)

A identificação da presença de mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2, é realizada por testes genéticos, sendo a escolha do método dependente dos recursos financeiros disponíveis e da existência de uma mutação identificada na família ou no grupo étnico do paciente.(8) O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da literatura, sobre câncer de mama hereditário destacando portadores de mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2 que apresentam susceptibilidade para o desenvolvimento de câncer de mama.

MATERIAL E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do tema proposto foram realizadas pesquisas em bases de dados científicos. Os artigos foram analisados quanto ao reconhecimento do tema, fichamento dos estudos, estabelecimento de critérios para inclusão e/ou exclusão de estudos e interpretação dos resultados obtidos.

O levantamento bibliográfico foi executado por meio da seleção de estudos publicados entre os anos de 2005 a 2016. As palavras-chave utilizadas para busca foram: “câncer de mama, gene BRCA1, gene BRCA2 e predisposição hereditária”. Os indexadores Medline (Literatura Internacional em Ciências da Saúde), PubMed (Puc/Publisher Medline), e SciELO foram utilizados para seleção dos manuscritos. Artigos que não compreendiam os critérios estabelecidos da temática foram eliminados.

REVISÃO DA LITERATURA

Câncer de mama

O câncer de mama é a neoplasia mais preocupante na população feminina. A ocorrência causa impacto psicológico, funcional e social, e atua de forma negativa nas questões relacionadas à autoimagem e à percepção da sexualidade. A prevenção primária é considerada de suma importância na assistência à saúde da mulher, devido aos dados de casos de prevalência, incidência, morbidade e mortalidade.(10)

Para o Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2016-2017, a incidência deve ser de cerca de 600 mil casos novos de câncer. O perfil epidemiológico nas mulheres quanto à distribuição dos cânceres será de: mama (28,1%), intestino (8,6%), colo do útero (7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%). Geograficamente, a ocorrência é mais frequente nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.(2)

A mortalidade tem diminuído ao longo da década na maioria dos países desenvolvidos. Esse fato pode ser decorrente de melhorias nos processos de triagem, diagnóstico, cirúrgicos, radioterapia, e (neo) terapia adjuvante sistê­mica.(11) Corrobora o avanço das técnicas de biologia mole­cular e genética, que contribuem para melhora na compreensão dos subtipos diferentes, diferenças clínicas, características patológicas e respostas terapêuticas distintas.(6)

A doença é multifatorial, com pequena parte dos casos considerada hereditária, determinada principalmente por uma mutação germinativa em gene de predisposição de alta penetrância. Em mulheres jovens tem sido demonstrada uma doença biologicamente mais agressiva, com maior frequência de características histopatológicas e piores prognósticos quando comparadas às mulheres acima dos 50 anos de idade.(12)

Diversos critérios morfológicos são utilizados para referir a agressividade de um tumor. Dentre estes critérios incluem-se o tipo o grau de polimorfismo nuclear, o tipo histológico, a presença e/ou ausência de resposta inflamatória, o número de mitoses e o comprometimento de vasos linfáticos e sanguíneos. Sendo corroborado que o crescimento dos carcinomas de mama é regulado por estrógenos, onde tumores que respondem à terapia hormonal expressam altos níveis de receptores de estrogênio, enquanto que os tumores que não respondem, têm níveis baixos ou são indetectáveis.(13,14)

Câncer de mama hereditário

A história familiar da doença é o principal fator epide­miológico de risco para o desenvolvimento de câncer de mama, relacionado a fatores genéticos, como mutações.(7,15)

O câncer de mama está relacionado a agrupamento familiar de síndromes específicas, onde conferem um risco elevado de câncer comparado ao restante da população. Estudos realizados na década de 90 revelaram que mutações em genes supressores de tumor, como os genes BRCA1 e BRAC2, contribuem para um elevado risco de câncer da mama e ovário.(5,16)

Por exemplo, em famílias com vários casos de câncer de mama, a doença estava ligada a BRCA1 em 52% e BRCA2 em 32% das famílias. Por outro lado, em famílias com câncer da mama e ovário, a doença estava ligada a BRCA1 em 84% e BRCA2 em 14% dos casos.(7,15)

É importante a identificação dos casos hereditários de câncer de mama por várias razões. Primeiro, indivíduos afetados conferem um risco cumulativo vital superior ao da população para o desenvolvimento de outros tipos de câncer. Segundo, porque outros familiares de um indivíduo afetado podem estar em risco para o câncer hereditário.(3)

E finalmente, porque medidas de rastreamento intensivo e de profilaxias (cirurgias profiláticas e quimioprofilaxia) tendem a diminuir, significativamente, o risco de câncer em portadores de mutação.(16)

Rastreamento de família de alto risco

Como dito, o histórico familiar dessa patologia é uma condição epidemiológica de alto risco, onde uma pequena porcentagem de todos os casos de câncer de mama está relacionada à herança de modificações genéticas, acometendo mulheres cada vez mais jovens. É relevante a avaliação do contexto familiar com uma associação à existência de outros casos da doença com aptidões específicas.(18,19)

Dentre os diversos fatores incluídos para a determinação de categorias de risco de câncer mamário estão: 1) familiares de uma pessoa acometida que demonstram chances de herdar a mutação e assim desenvolver o câncer hereditário; 2) existência de um plano que possa acompanhar a paciente, seguido de interposições que objetivem minimizar o progresso do câncer em pessoas portadoras da mutação. É indispensável a detecção de indivíduos não portadores de modificações genéticas em um mesmo grupo de risco, para que possam evitar despesas com tratamentos desnecessários.(17-19)

Os atributos do antecedente familiar indicam uma predisposição hereditária ao câncer de mama que englobam as decorrentes circunstâncias: familiares acometidos em três gerações contínuas; dois ou mais parentes de primeiro grau observados com a doença no ciclo. A ginecomastia, edema do tecido mamário masculino, proveniente a um desequilíbrio hormonal, é um fator de risco para o câncer de mama masculino, onde as deformações no gene BRCA1 são correlatadas em alguns diagnósticos, porém existe uma maior conexão com as mutações no gene BRCA2 e o surgimento desse tipo de câncer.(17,19)

Quando comparados a outros tipos de câncer que acometem a população masculina, o câncer de mama equivale a menos de 1%, onde sua presença tem sido frequentemente observada em homens cada vez mais novos.(19) Diversos estudos afirmam que pessoas do sexo masculino que são portadoras de uma alteração genética nos genes BRCA1 e BRCA2 têm uma maior probabilidade de desencadear a doença quando relacionados a uma população em geral, porém, cerca de 99% dos casos ocorridos referem-se a lesões benignas.(19-21)

As bases fundamentais para o diagnóstico clínico de mama hereditário são definidos pela NCCN (National Comprehensive Cancer Network)(22) e pela ASCO (American Society of Clinical Oncology).(23) Para avaliação dos respectivos itens citados para o diagnóstico clínico, são também associados cada relato dos familiares dos pacientes.(22)

Genética do câncer de mama

O processo de transformação neoplásica é iniciado quando mutações alteram a grade da matriz, ou seja, quando há uma desregulação da função de genes que agem indiretamente ou diretamente na proliferação ou na sobrevida das células, como os genes supressores de tumor e proto-oncogenes.(3)

Os oncogenes mais comuns são alelos mutantes de uma classe de genes celulares normais. São conhecidos como proto-oncogenes e seu funcionamento ou expressão, quando alterados, resultam em estimulação anormal da divisão celular e proliferação. A presença de apenas um alelo mutante pode modificar o fenótipo de uma célula normal para maligno. Ao contrário, os genes supressores tumorais, como os genes BRCA1 e BRCA2, quando mutados, ocorre um mecanismo de perda de função de ambos os alelos, ou seja, um alelo mutante é herdado e o segundo alelo é inativado por um evento somático.(8,15,24,25) Além disso, genes supres­sores tumorais, quando mutados, suprimem os chamados genes protetores (gatekeepers) que regulam diretamente o crescimento celular, ou na inibição, e os genes de manutenção (caretakers), que estão envolvidos na reparação de danos do DNA e de manutenção da integridade genômica.(25)

A predisposição genética a tumores é mediada pela herança da inativação de genes supressores de tumores, particularmente em famílias de alto risco. Os mais importantes genes supressores de tumor associados com o câncer de mama são os citados, genes BRCA1 e BRCA2. Mulheres portadoras de mutações no BRCA1 possuem até 80% de chance de desenvolver câncer de mama, e até 60% de desenvolver câncer de ovário em sua vida.(5,8)

Em indivíduos portadores de mutações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2, 90% dos casos são caracterizados como “triplo-negativo”, ou seja, existe uma deficiência nos três receptores celulares, como: receptor de fatores de crescimento epidermal (HER2/Erb2), receptor de progesterona (PR), e receptor de estrógeno (ER).(1,7,14)

Dados moleculares dos genes BRCA1 e BRCA2

Os genes BRCA1 e BRCA2 possuem estruturas que são complexas com aproximadamente 100Kb.(26) O gene BRCA1 se encontra no braço longo do cromossomo 17, composto de 22 éxons codificantes, e codifica para uma proteína de 1.863 aminoácidos. Já o gene BRCA2 se encontra no braço longo do cromossomo 13, composto de 27 éxons codificantes, dos quais 26 codificam uma proteína com 3.418 aminoácidos.(26,27)

Os genes BRCA1 e BRCA2 codificam proteínas nucleares expressas que são conservadas com integridade genômica por regular o reparo de DNA.(25) A função desses genes é impedir a formação de tumores por meio do reparo de DNA que estão alterados. Assim, as proteínas que são codificadas pelos genes interagem com outras proteínas para reparar as quebras de DNA, mas, se não há a interação, induzem a apoptose celular.(1,3) Outra função é a diferenciação em processos celulares.(29)

As proteínas BRCA1 e BRCA2 são responsáveis também pela regularização da atividade de outros genes e também exercem um papel importante para o desenvolvimento embrionário.(30) Quando os genes BRCAs têm um polimor­fismo perdem sua capacidade de impedir o aparecimento de neoplasias de ovário e mama, e possivelmente a perda da função de BRCA1 e BRCA2 que permitem outras mutações que são absolutamente responsáveis pela neo­plasia.(25,27) Essa suposição é compatível com carcinomas de mama e ovário de pacientes com mutações desses genes e que têm instabilidade cromossômica e frequentes mutações em outros genes supressores tumorais.(25)

Outro aspecto importante é que esses genes mutantes podem ser transmitidos de geração a geração e com isso pode-se explicar a existência de histórico familiar para essa mutação.(26,27)

A prevalência populacional de mutações germinativas desses genes é variável e sugere um efeito fundador. Por exemplo, entre judeus Ashkenazi as mutações patogênicas mais frequentes são do tipo INDEL. No gene BRCA1 aparecem na região do éxon: -185delAG (efeito dominante, com deleção dos nucleotídeos AG) e 5382inC (mutação de efeito dominante, com inserção do nucleotídeo C. No gene BRCA2, a mutação -6174delT (efeito dominante com deleção do nucleotídeo T), que está presente em pelo menos um quarto das mulheres com câncer de mama e principalmente em idade jovem.(25)

Diagnóstico molecular câncer de mama

As informações obtidas em testes moleculares somadas ao histórico familiar e predisposição genética revelam o real risco para o desenvolvimento do câncer de mama e serve para o direcionamento da conduta a ser realizada visando diminuir seu risco.(3,5)

Com o auxílio de testes por biologia molecular, a identificação de alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 ocorre de maneira precoce, o que proporciona informar o risco verdadeiro para o desenvolvimento do câncer.(1)

Através de testes dos genes TP3 e CHEK2, se confirmada a mutação, esses genes apresentam relação ao gene BRCA 1 para propiciar o câncer de mama, sendo uma informação de grande valor inicialmente.(7)

Para o câncer de mama foram desenvolvidos e validados testes moleculares baseando-se nos papéis funcionais na caracterização do tumor e de suas modificações. Entre os testes validados pelo Food and Drugs Administration (FDA) – órgão institucional norte-americano responsável pela liberação e fiscalização, somente o Oncotype DX® e o MammaPrint estão liberados para a rotina clínica.(30)

O ensaio Oncotype DX® tem a função de avaliar a expressão de 21 genes no tecido mamário, seja parafinado ou fresco, utilizando a técnica de reação em cadeia da polimerase por transcrição reversa em tempo real.(27) O MammaPrint usa a tecnologia dos microarranjos gênicos, com análise da expressão de 70 genes, fornecendo resultados em dois perfis: 1. alto risco (taxas elevadas para chances de metástase), 2. baixo risco (menores taxas para metástase).(6) Além disso, o exame anatomopatológico realizado pelo patologista ao microscópio utiliza marcadores genéticos complementares para definir quais são os subtipos tumorais existentes.(28)

A imunohistoquímica de progesterona (RP), receptor de estrógeno (ER) e HER2 permitem a classificação molecular do câncer de mama nos subtipos Luminal A (RE+, RP+ou-, HER2+ou), Luminal B (RE+, RP+, HER2+), predomínio HER2 (RE-, RP-, HER2+) e no subtipo Triplo-negativo (RE-, RP-, HER2-), usados no prognóstico e no tratamento complementar à cirurgia.(4,17)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De maneira geral, os estudos analisados na revisão demonstram que a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 conduzem ao câncer de mama e de ovário em mulheres com essa mutação hereditária.

Para diagnosticar essas mutações depende-se de técnicas moleculares, que estão cada vez mais sofisticadas. No entanto, até o momento, os estudos apontam que os testes moleculares dependem da incorporação de tecnologia e da formação de uma equipe extremamente qualificada.

Futuramente, será possível estudar todas as alterações genéticas do câncer de mama e oferecer um tratamento personalizado e sob medida para cada paciente. Para isso, é importante o constante investimento nas pesquisas e no estudo das características genéticas do câncer de mama na população. Sendo o paciente precocemente diagnosticado, e, em seguida, submetido ao tratamento, o prognóstico provavelmente será bom quando relacionado ao câncer de mama. Portanto, a prevenção, interligada a identificação precoce, é relevante para a minimização e controle das taxas de morbidade e mortalidade por essa neoplasia.

Abstract

Breast cancer is the main cancer that affects the female population in the world, with a higher incidence and mortality rate, and 5 to 10% of all cases are related to the inheritance of genetic mutations. Early identification of cases of breast and ovarian cancer is important as an affected individual may inherit property from a family history indicating a hereditary predisposition. The carcinogenic effect may occur when two major suppressor genes, such as BRCA1 and BRCA2, lose their function in the two alleles due to germline mutations. Thus, a review of the literature on hereditary breast cancer and its correlations with germline mutations in the BRCA1 and BRCA2 genes that increase the risk for the development of breast cancer.

 

Keywords

Breast neoplasms; BRCA1 Genes; BRCA2 Genes; Genetic predisposition to disease

 

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Correspondência
Adriana Antônia da Cruz Furini
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